quinta-feira, 6 de dezembro de 2012

DEVANEIOS


Imagem Google


Gente é mesmo algo esdrúxulo! Jamais conseguirei entender...

São tantas as bandeiras defendidas por tantos e tão pouca a vontade de vê-las  hasteadas aos mastros, agitando-se  aos  ventos!  Visão oblíqua da vida, fraqueza, imaturidade, inexperiência?... Não sei, não consigo encontrar adjetivo ou substantivo que classifique este sentimento inexplicável que me sobrepuja.

As pessoas estão cheias de preconceitos, amargas, ensimesmadas e desconfiadas. Uma grande maioria julga aos outros pela tribulação que lhes vai por dentro, pelos reflexos de seus medos e desvarios interiores, não mais conseguem ver no outro a beleza do ser, a leveza do existir, a transparência do agir. Vivem soturnas, em conflitos internos, não conhecem mais a si e nem aos outros. Não têm mais tempo de parar  e ouvir as pessoas, de alcançar-lhes a essência... Simplesmente julgam, condenam  e dão o veredicto ao bel prazer dos seus pensamentos desconexos. 

Nós,  almas angustiadas, estamos perdendo a capacidade de enxergar o que de mais belo existe na vida:  originalidade, lealdade, confiança e  respeito. Não mais conseguimos ver além do nosso próprio umbigo. Não mais temos tempo, ou talvez coragem, de olhar mais profundo às pessoas que passam por nós. Triste expiação é este nosso estado de ser.

Gente é mesmo algo  bizarro, misterioso e surpreendente. Não sei se sorrio, se choro ou se saio gritando: - Socorro, parem o mundo na próxima estação que preciso descer!  

Está difícil conciliar os pensamentos. Está difícil assimilar os acontecimentos. É complicado entender esta  imensa confusão que arrazoa dentro de mim. Afinal sou gente e, dual, também ando oblíqua nas voltas da vida...

Gostaria, SIM, de poder descer na próxima estação! Estou cansada desta viagem, na verdade estou farta! Estou farta até de mim.

Ceiça Lima

Nenhum comentário:

Postar um comentário