sábado, 22 de outubro de 2011

CASAMENTO ENTRE PESSOAS DO MESMO SEXO: INCLUSÃO OU EXCLUSÃO?





Casamento Gay... Amo-o desde o primeiro dia...
(reportagem exibida em: http://maiortv.com/sociedade/casamento/gay.phpem em 17/07/2010)


Confesso que esta reportagem me induziu a pensar e pensar exaustivamente... Declaro, ainda, que também me doeu este pensar... Na verdade não me doeram apenas dois neurônios, (contrariando a cultura de massa, tenho certeza de ter no mínimo três), doeu-me o âmago... Revolveu-me o espírito ver valores essenciais do ser humano, transformados em peças de um jogo inescrupuloso.

Não sou contra o casamento gay, de forma alguma, como não sou contra a opção sexual de ninguém, pelo contrário, tenho amigos gays excepcionais e nutro o maior respeito por suas escolhas. O que me deixa indignada é a manipulação do pensamento, a maneira como os governantes atuam para alienar a mente humana, desagregar valores e incutir ideologias degradantes que, no fundo, só beneficiam a eles próprios.

Pergunto-me: os sentimentos podem ser mensurados através de um documento público? Certidão de cartório é sinônimo de felicidade? Casar-se legalmente garante associação de bens materiais? Se for o caso do cuidado com a segurança e o futuro financeiro do parceiro não bastaria ir ao cartório registrar um testamento?... São inúmeras as perguntas. Penso que talvez fosse mais compreensível uma causa religiosa, mas cível...?

A meu ver, casamento é uma instituição falida, decadente e moribunda – basta observar as estatísticas. A instituição casamento, entre outras tantas, caracteriza uma forma de manipulação das massas imposta pela Igreja, que na época representava o poder do Estado, para evitar que os erários das famílias abastadas fossem extraviados, ou seja, os filhos bastardos não teriam direito a herança e, assim, a riqueza permaneceria concentrada no seio da nobreza e da burguesia. Uma decisão de Concílio que somada a outras tantas, colaborou para o aumento das disparidades sociais hoje existentes: ricos cada vez mais ricos, pobres cada vez mais pobres e, consequentemente, a segregação de classes.

Fico imaginando... Qual benefício o Estado usufrui do casamento gay...? Que há um “ganho”, seja ele financeiro, político ou meramente eleitoreiro, é fato... Afinal “lucrar” é o fundamento do capitalismo e este já está generalizado nos ideais partidários seja de Direita ou de Esquerda. Não sou contra o sistema capitalista, mas contra o que as supremacias fizeram do capitalismo. O capitalismo ou qualquer outro sistema por si só não é bom nem ruim, todos eles, na dosagem correta, têm contribuições proveitosas para a coletividade. As coisas funcionam no coletivo e não em partes isoladas. O desenvolvimento humano depende de políticas sistêmicas e não hegemônicas. Alcança-se o objetivo mais rapidamente e com melhor qualidade se este for trabalhado da base para o topo e não imposto verticalmente.

Todo desenvolvimento depende do conhecimento e este é determinante do grau de cultura de um povo. Desde o século XVI (Filosofia Moderna) é versado que “saber é poder”. Ainda hoje quem detém conhecimento detém poder e só nos é possível dominar aquilo que conhecemos... Viver bem e com qualidade, discernir entre o certo e o errado, exercer o livre arbítrio, usufruir o direito de ir e vir e da cidadania implicam conhecimento... Não seriam estes os fundamentos das políticas de desenvolvimento social? Legalizar o casamento entre pessoas do mesmo sexo, faculdade para negros, índios e descendentes de escravos ou africanos, bolsa família ou quaisquer políticas protecionistas solucionam o enigma das injustiças sociais ou o alimentam? Será tão difícil de perceber que segregar, formar grupos de minorias não resolve o problema da exclusão ou discriminação social nem tão pouco liberta?

Precisa-se entender que não somos objetos produzidos em série, padronizados, somos seres humanos cuja essência é pensar, raciocinar. Não somos da classe negra, gay, escrava ou aborígines... Somos sujeitos capazes de escolher o que nos convém. Quando nos escondemos atrás de um ato instituído por terceiros deixamos de ser livres e perdemos nossa identidade, passamos a ser estereótipos e isto é decadência...

Não tenho pretensão de ser dona da verdade ou da razão, o que percebo é uma preguiça mental intensa. Muitos, aliás, a grande maioria, não está disposta a pensar, padecem do famoso “pauperismo epistêmico”, preferem “consumir” idéias prontas. Consumir e consumir o que as supremacias econômicas determinam.

O consumismo desenfreado... É este paradigma que deve ser rompido, é por esta quebra de ideologias que devemos lutar... É pelo comunismo (não o de Carl Marx), pelo cooperativismo, pelo bem estar coletivo que devemos unir forças e não para fortalecer ainda mais a segregação de classes...

Vou parar de refletir sobre este assunto... Se continuar é provável que gaste por demais meus neurônios e acabe inserida no abominável aforismo de que mulher só tem dois neurônios... Insisto que tenho no mínimo três.

Ceiça Lima.
Maceió, 18 de julho de 2010.


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